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Os meus filhos chegaram ontem, depois de duas semanas de férias com o pai. Até aqui tudo bem, não fosse a minha filha vir muito queixosa com dores no ouvido direito, ao ponto de quase não suportar a prótese auditiva. O mais grave é que me disse que está assim desde quinta-feira, portanto há cinco dias. No entretanto queixou-se ao pai que lhe disse que provavelmente não seria nada que passava. Obviamente que a minha primeira reacção também seria esperar para ver, mas não durante tantos dias. Mas que raio lhe passa pela cabeça?! Ele sabe tão bem como eu que com dores de ouvidos qualquer um sofre horrores, mas a Bárbara ainda por cima para ouvir tem de colocar a prótese que fica dentro do ouvido. Que displicente, como é que pode, caramba! A Bárbara é uma menina especial e ele não pode esquecer-se disso. A somar ainda houve um escaldão na cara no Manuel e uma alergia no peito provocada pela água da piscina. Não foi capaz de me dizer nada, foi preciso serem os miúdos a contarem-me. Não havia necessidade. Sou a primeira a promover o relacionamento dos meus filhos com o pai, mas é por estas e por outras é que gosto tanto de ter os meus filhos debaixo da minha asa. Galinha sou, assumidíssima. 

Andou a miúda estes dias a forçar de tal maneira que ontem à noite o molde (a peça de silicone que fica dentro do ouvido) não cabia lá, porque estava já com edema considerável. Hoje logo de manhã liguei para a Saúde 24, que prontamente nos encaminhou para a urgência. Resultado, uma otite externa e não pode colocar a prótese durante cinco dias. Vai ter de se valer apenas do implante coclear por muito que lhe custe, pois o ganho auditivo fica muito aquém da prótese. 

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publicado às 14:12

Diz o ditado

11.01.13

"Quando a esmola é grande, o pobre desconfia".

Foi o que me ocorreu esta 4ª feira quando recebi um mensagem do pai dos meus filhos a perguntar se os podia ir buscar para jantarem com ele. Verdade seja dita que tal consta no acordo de regulação do poder paternal que já tem 5 anos, e nós já estamos separados faz em Maio 6 anos. A admiração foi mesmo porque nestes anos as vezes que ele jantou com os filhos durante a semana, aconteceram apenas em ocasiões especiais e acho que se contam pelos dedos das mãos. Promessas já fez algumas, tantas que o Manuel quando eu lhe disse, respondeu - Se calhar até logo o pai ainda muda de ideias.

Resta saber se terá sido mais uma vez sem exemplo ou se de repente a criatura se lembrou que afinal tem dois filhos (já para não falar de outro que é como se não existisse), ou será que tem alguma na manga. Hummmm.... 

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publicado às 13:14

Dia do Pai

19.03.12
"Há pais que morrem em vida, devagarinho.
Serão, entre todos, os mais dolorosamente ausentes. Acompanham a vida dos
filhos, desde sempre. Mas desconhecem-nos. Demitem-se de lhes ler o coração ou
de se colocar, por instantes que seja, no lugar deles. Imaginam valer pelos bens
que transmitem e nunca pelos sonhos que conquistam (esquecendo que os pais
mostram um caminho sempre que o percorrem, nunca
se o indicam). Mas morrem um bocadinho se não abraçam. Morrem quando não
brincam. Morrem sempre que decepcionam. E são tantas as decepções que os seus
gestos acumulam que, quando morrem de facto, os filhos atestam um óbito (mais
que desmoronam num choque). E, ao morrerem, deixam a pior de todas as saudades:
a saudade pelo que não se viveu. Não são pais pelos gestos que dão mas por tudo
o que os filhos desejavam que dessem."
Eduardo Sá
tirado deste fantástico "Mum's the boss".
Como este texto acenta na perfeição, ou melhor na imperfeição do, ao pai dos meus filhos. Até a alma me dói, e sei do que falo que o meu foi pior ainda. O meu para mim morreu muito antes de morrer.  
E como eu tenho medo de falhar, que tenho a consciência que por muito que me esforce, sou só uma e por isso poderei falhar, e que algum dia os meus filhos possam sequer sonhar em pensar assim de mim.

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publicado às 14:12

Sobre ser pai

18.03.11

Li este texto nos Dias Úteis, o blog do Pedro Ribeiro, que sigo com imenso gosto. O comentário ao texto, e ao Pedro, saiu-me naturalmente.

 

"Ser director do Metro é uma responsabilidade e um desafio, mesmo que seja apenas  por um dia. Estou habituado a sons e a minutos, a palavras ditas, não tanto a palavras escritas , paginação, número de caracteres, hora de fecho.

Mas ser o director do Metro, na edição dedicada ao dia do Pai, torna a coisa mais leve, curiosamente. Porque é um território de grande conforto, e mesmo aconchego, para mim. 

Se há coisa que eu sei que faço bem, é esta coisa de ser pai. Mesmo.

Sinto, aliás, que é algo que me corre nas veias, de uma forma muito particular, como se, antes dos meus filhos terem nascido, eu já fosse, de alguma maneira, Pai sem saber.  

Não se é Pai de um dia para o outro. Nasce-se pai. Está em nós, naquilo que somos e vamos ser. Esta forma de olhar os filhos com igual encantamento e sentido da imensa responsabilidade. Nasce-se com este respeito pela Infância, por essa altura da vida que tudo define para o que virá depois. 

Os dias em que os meus filhos nasceram estão gravados na minha memória como se tivesse sido agora mesmo. Estive lá, cortei cordão umbilical, e cumprimentei-os à chegada, “Olá, eu é que sou o teu pai”, em lágrimas boas, a 14 de Julho de 2000 e a 25 de Junho de 2003, na Maternidade Alfredo da Costa.

Brincar com os meus filhos, ajudá-los nos TPC’s, dar-lhes a mão quando estão com medo, cozinhar para eles, rir com eles, adivinhar-lhes  ansiedades e alegrias mesmo sem ser preciso dizer nada, estar presente em  todos os momentos mágicos que aquecem a existência, seja num jogo de futebol do puto, seja a ouvir a miúda a cantar músicas de Natal na Escola. Ou então a falar dos irmãos que hão-de vir, qualquer dia. 

Não falte à festas do dia do Pai, nunca! E saiba que o dia do pai expande-se, o dia do pai são muitos dias, são todos os dias. E digo isto, mesmo estando este ano a sofrer de uma certa angústia: amanhã vou estar a trabalhar, e só vou estar com os meus filhos mais tarde. 

Não imagina o que isso me afecta!

Um poema de José Carlos Ary dos Santos, que me é muito caro, diz que um filho “é ver-se um homem prolongado, das raízes da terra até ao céu. Meu filho, minha vida, és meu sangue e meu caminho, meu pássaro de carne, meu amor”.É isso mesmo. 

Eu sou um Pai que ama cada segundo que passa com os seus filhos, que se comove com os dois, e que agradece a Deus, todos os dias, a sorte de ser Pai de duas crianças tão extraordinárias.

O Gonçalo, implacável ponta de lança, uma criança espertíssima e espantosa que me maravilha com o seu coração imenso, o seu olhar malandro, a sua vivacidade, curiosidade que é sinal de inteligência, tremenda inteligência emocional, instinto de Amor em estado puro!

A Mafalda, super aluna, coreografa de danças à frente ao espelho (“Ò pai, estás aí a espreitar não estás?”), aqueles olhinhos de meiguice, aquela forma tão Pai de olhar para dentro, aquele elo única entre as filhas e os pais. Saber que, quando se abraça a mim, está naquele abraço todo o amor que há neste mundo.

Desde que nasceram que temos um ritual nas viagens de carro: eu estendo a mão para o banco de trás e eles agarram-me a mão, à vez, às vezes rindo outras nada dizendo. Eles sabem. Quero aquelas mãos nas minhas, pelas tantas viagens que vamos fazer pela vida fora. Aquelas mãos nas minhas são a vida. Ser Pai faz de mim uma pessoa melhor, a cada dia. 

Hoje, dia do Pai, quero pedir aos leitores do Metro para olharem para os vossos filhos, quando eles não estiverem a ver. Hoje. Olhem para eles, a crescer, a agarrar-se aos dias, a aprender a viver. Não são maravilhosos? São, de certeza.

Se não está agora junto dos seus filhos, pegue no telemóvel e ligue-lhes. Se eles estão aí consigo, dê-lhes um abraço e um beijo, de coração, e diga-lhes como eles são extraordinários. Sim, agora. Os afectos são sempre urgentes.

Saiba o leitor estar sempre à altura desta dádiva que é ser Pai. Saiba desfrutar deste privilégio exigente, desta oportunidade de construir felicidade, num amor incondicional e eterno, saiba estar presente quando isso é imprescindível, e perceba que um Pai ensina, mas só é Pai a sério se souber aprender com os filhos. Não desperdice esta oportunidade de se sentir feliz. E saiba estar grato por ela. 

Parabéns, Pai, está a ir bem." 

 

Estou sem palavras, literalmente lavada em lágrimas. Isto sim é ser PAI. Por mim que nunca tive pai e pelos meus filhos que têm um pai que pouco mais faz do que cumprir calendário, este texto tocou-me bem no fundo do coração num ponto muito, muitíssimo, sensível.

Da criatura excepcional que foi o meu avô, que fez o melhor que soube o papel de pai, nunca me esqueço ou esquecerei. Era para ele que fazia sempre os meus trabalhos da escola para o dia do pai.

 

Ao grande Pedro Ribeiro, que é uma pessoa que muito admiro, um imenso bem haja! Grande PAI.

 

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publicado às 14:02


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