Nada acontece por acaso

Diz-se que as crianças por volta dos dois anos têm terrores nocturnos. Os meus filhos tiveram, principalmente a Bárbara. Foi uma fase bem dura de enfrentar. Eu não sou criança, mas parece. Eu explico, sou uma garota dada a pesadelos e a noites mal dormidas, que sou, mas ultimamente estou de todo. Acordo muitas vezes mais cansada do que quando me deitei. Na noite de sexta para sábado tive um dos piores pesadelos de que me lembro, foi daqueles de acordar a suar por todos os poros, num sobressalto que quase me matava do coração. Sonhei e com toda a clareza possível com a morte do meu filho... Com direito a todos os pormenores, uma angústia imensa de não poder fazer nada para contrariar os acontecimentos. Até o chão me fugia debaixo dos pés. Foi horrível, não desejo a ninguém. Que sofrimento. Quando consegui acordar e perceber que afinal era um pesadelo, quase nem conseguia respirar. Depois foi o alívio, afinal era "só" um pesadelo. 

Na noite de domingo para segunda não foi melhor. Sonhei com incêndios, era fogo por todo o lado e muitas pessoas e eu e os miúdos a tentar fugir e o fogo cada vez pior, e ver alguém atirar-se à água para fugir e a água estava a ferver. Foi outra noite e tanto. Mais uma vez acordei num sobressalto e demorei algum tempo a perceber que era um sonho, ou melhor um pesadelo.

Demorei uns dias a digerir istos. Se isto continua vou ensandecer (mais, vá, que esta mona já teve melhores dias).

...que noite a de hoje. Bolas... tudo ao mesmo tempo, não dá.