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Vi ainda ontem, antes de me deitar, a notícia da morte de Sara Carreira, filha de Tony Carreira, num acidente de viação. A minha primeira reacção foi de choque, seguida de horror ao ver as imagens do que restou do carro onde ela e o namorado seguiam. Vinte e um anos... a minha filha tem só menos um. Conheço da família Carreira o que toda a gente sabe. Não sou seguidora sequer de nenhum deles, mas admiro o percurso de todos e cá em casa há uma fã do David Carreira e seguidora dos irmãos também.
O que não me sai da cabeça é mesmo a morte daquela jovem, que podia ser minha filha. Vi as notícias durante bastante tempo ainda, dormi mal com o pensamento daquela morte a assolar-me constantemente e a primeira coisa que fiz hoje, ainda que inconscientemente, foi ligar a televisão e continuar a ver as notícias sobre o tema. Comovo-me com as imagens, comovo-me de pensar no sofrimento indescritível pelo qual aquela família está a passar. Não consigo sequer imaginar. Vieram-me à cabeça todas as memórias de tudo o que já passei com a minha filha, todos os momentos tão difíceis que ainda assim estão a anos luz deste sofrimento, na certa. Penso nos meus filhos, com uma vida inteira ainda pela frente, tal como a Sara. Menina que os pais nunca mais irão ver, dor que tempo nenhum do mundo conseguirá curar e irão sempre sentir.
A vida é mesmo um sopro e num instante tudo muda, o tempo pára. Como será possível continuar a viver depois de tamanha tragédia? Os meus pensamentos e orações estão com aquela família, que não conheço, mas que nesta hora parece que sim.
Meus ricos filhos, Deus os proteja e guarde de algo assim. Deus a quem nesta hora eu pergunto, porquê? E a quem peço ao mesmo tempo que me livre e guarde de tal sofrimento.
A minha filha faz amanhã dezoito anos e eu sinto-me a pior mãe do mundo...
Queria que este fosse um aniversário especial, mas não será, será apenas mais um aniversário. E o que isto me está a perturbar. Ando meio zangada com ela, pois neste final de ano lectivo deixou uma disciplina por terminar, com a agravante de me ter escondido o facto. A somar não tenho o "presente ideal" para lhe dar e queria ter. É uma miúda difícil nos gostos, no trato e nas escolhas. Cada um é como cada qual e não a condeno por isso. Queria não me sentir assim, meio sem jeito até. Não quero ser uma super mãe nem uma mãe perfeita, ainda assim sinto-me a pior mãe do mundo neste dia. Sei que é exagero, mas hoje sinto-me assim, amanhã provavelmente será melhor.
A foto desta semana é de um teste da minha filha com a fantástica nota de vinte valores. Vinte valores, que orgulho.
Neste teste a disciplina é contabilidade analítica. Minha rica filha.
Demorei algum tempo a optar por colocar a minha filha num curso profissional, mas a decisão só pecou por tardia. Desde que mudou no ano lectivo passado só tem tido boas notas, a auto estima dela melhorou drasticamente e o mais importante de tudo, gosta muito do curso que escolheu.
Esta minha criatura pequena faz hoje 12 anos. Curioso como a minha noção de passar do tempo é tão diferente do meu filho mais novo para a mais velha. Com ela parece-me que tudo aconteceu e acontece depressa demais, com ele não tenho esta sensação, ainda que surpreendida com os seus 12 anos. Está um homenzinho, já muito senhor do seu nariz, reivindica a sua autonomia a toda hora. Vai andar de bicicleta com o D., vai ao centro comercial que fica mesmo ao lado da escola, sem nunca esquecer de pedir autorização para o fazer. É bom saber que partilha comigo confidências sem pudor do assunto a abordar. Também se zanga e acha que é dono dá razão, mesmo quando não a tem, faz parte da idade. Se por um lado é um pequeno cavalo bravo, por outro é ainda um doce de menino, meigo, sempre a querer mais um abraço, um cafuné ou um beijo meu. Bom aluno sem precisar de muito estudo, não fosse o comportamento seria muito melhor. Este ano foi particularmente difícil. Tenho noção que muito por consequência das minhas horas de trabalho a mais, o próximo será sem dúvida diferente, farei por isso, os meus filhos merecem ter a mãe mais presente. Perde-se com a televisão (e não vê muita) e com os jogos da PlayStation. A irmã é o seu amor maior, defende-a com unhas e dentes, nem quando implicam entre si a ama menos, embora diga o contrário. As embirrações fazem parte, afinal são irmãos. Ainda assim estes 12 anos têm uma maturidade bem diferente da irmã com a mesma idade. Orgulho imenso em quase tudo neste miúdo, que a cada dia é menos miúdo é mais crescido. Será sempre o meu Puto. Parabéns Puto!!!
Facto que não há-de tardar a mudar, pelo menos para a mais velha. Acho até que seria a melhor prenda que lhe podia dar no aniversário. E se calhar até será esse o dia em que vou finalmente ceder, afinal já serão 16 anos. O pior vai ser a criatura pequena a querer também, mas vai ter de se aguentar.
Todos os miúdos, ou quase todos, hoje me dia têm acesso mais que facilitado a tudo o que são redes sociais, do facebook ao whatsapp, passando pelo instagram e snapchat e sei lá mais quantas que desconheço. Como não concordo com isto, os meus filhos não têm facebook (que é a que mais me vão pedindo) nem nenhuma outra. Não concordo se calhar não é a forma mais correcta de por as coisas, eu tenho mesmo é medo que me pelo da forma como os miúdos de hoje se expõem por essa internet fora. Estão sujeitos a tudo e a todos para além de terem acesso a tudo e a todos também. Ainda que com controlo parental, bem sabemos que nos é impossível controlar tudo. Nem devemos tão pouco, fazê-lo seria no mínimo "castrador". Uma achega aqui outra ali e tentar ir sabendo com quem se relacionam virtualmente, etc. Quando tiverem acesso a redes sociais, tentarei que da mesma forma como as minhas não são nem estão em segredo (não me importo nada que estejam comigo a ver o meu facebook ou instagram, que são as que tenho), as deles sejam da mesma forma. Tenho medo principalmente da ingenuidade da minha filha. Culpa minha em grande parte por sempre a proteger demais, mas já passou tanto, que protegê-la foi sempre a minha opção, ou melhor o instinto de mãe a falar mais alto.
Por outro lado, penso que têm muito tempo para vir a ter facebook ou afins, são crianças. Para que raio precisa uma criança de ter uma rede social? Até nós adultos com todas as nossas responsabilidades e com a vida a acontecer, às vezes, passamos demasiado tempo nos facebooks da vida, quanto mais as crianças, se tiverem essa opção. Tudo tem de ser com conta, peso e medida, e quando a mais velha tiver e depois o outro será mesmo assim, com controlo e com tempo contado, pelo menos no que ao meu alcance estiver. Cá por casa será mais ou menos como a televisão, os tablets, os jogos e e afins, durante a semana por norma não há.
A ver vamos quando e como vai ser. Ponderação e bom senso serão o mais preciso.
E assim, como que num abrir e fechar de olhos passou se mais um ano e chegamos a mais um aniversário. E já lá vão 14. Ca-tor-ze! Mais um ano de duras provas que conseguiste superar. Foi o ano de colocação do implante coclear, de novas aprendizagens, como sons do quotidiano que te eram estranhos, de ouvir de uma nova forma e tão melhor. Foi difícil, mas valeu tanto a pena. Foi mais um ano de muito trabalho, mas foi o ano lectivo que conseguiste ter melhores notas, acima da média até para uma menina com necessidades educativas como tu. Esta mãe é tão chata quando te pede sempre só mais um esforço, mas no fim vale sempre a pena. Tu sabes disso, mas a adolescência é tramada e às vezes tolda o discernimento.
Foi durante este ano que consegui finalmente que aprendesses a andar de bicicleta. Noutro patamar enfrentamos a grave doença da avó, de um momento para o outro mais uma reviravolta. Tens a perfeita noção que o cancro é fatal, e não imagino sequer as marcas que este acontecimento pode deixar numa adolescente como tu. Na adolescência tudo é mais do que parece. Temos todos a vida virada do avesso, tu ainda mais, prontamente cedeste o teu quarto para que a avó pudesse viver connosco. Sabes bem que ela tem o tempo contado. És a maior. Como diria o Greg: Bárbara, tu rulas!!!
Embora continues medrosa, estás mais desenrascada. Tens um feitio tramado, e não poucas vezes te "vingas" em mim das "maldades" que os outros te fazem. Diz que faz parte e eu vou levando da melhor forma que posso e sei. A culpa essa malvada é que me pesa que farta, umas vezes mais que outras. Se por um lado me culpabilizo, sem saber mesmo bem de quê, por outro quando paro e avalio racionalmente as coisas, até acho que ando a fazer um bom trabalho.
PARABÉNS, miúda linda do meu coração!!!!
Nos últimos dias tudo colapsou. Senti-me atingida por um tsunami. Fiquei sem saber o que fazer, o que pensar, o que sentir. Horrível. A minha intuição dizia-me que se passava algo, e eu fazia de conta que não (já diz o ditado que "mais cego é quem não quer ver"), as coisas tomaram proporções que nunca me passaram pela cabeça. Uma coisa é ter uma pulga atrás outra é ter a confirmação dos factos. Tantas aflições... Primeiro eu e os meus filhos, aquilo não era vida. Achava eu que ia ser tão diferente, sinto-me tão injustiçada... ficou o desencanto, o desamor, a desilusão. Bem sei que o tempo cura tudo e que nada acontece por acaso. Ainda não sei o que o futuro me reserva, aguardo pela bonança.
Agora que o stress, a adrenalina e o espírito estão a acalmar, acho que estou bem. Não está a ser fácil e não vai ser fácil, mas como alguém me disse "a vida faz-se caminhando". Nada como Começar de novo. Tem-me valido o apoio incondicional dos poucos amigos a quem já tive coragem de contar o que se passou. Os amigos são de facto a família que nós escolhemos.
Tenho tido dores de estômago que devem ser dos nervos (ou então só a minha bactéria de estimação, que por lá vive há uns anos, a dizer olá), ando com um cansaço tremendo, dou por mim a adormecer no sofá relativamente cedo, completamente vencida e depois acordo a meio da noite e fico que tempos acordada e quando acordo de manhã tenho um sono imenso, custa-me horrores levantar. Uma porcaria, detesto acordar e sentir-me assim. Hei-de sobreviver.
Por outro lado, no meio desta revolução, tenho mimado muito os meninos, os nossos fins de dia e manhãs são de namoro pegado. Sinto-me tão bem com isso. Como muito bem me descreveu hoje a minha querida V. "Namorar os nossos filhos é o melhor que há!!!! Não há nada que se lhe compare. É o amor mais puro e mais necessário e faz-lhes um bem tremendo, e ao seu crescimento. Eles precisam muito disso certamente e tu também. Faz bem a todos. Não tenhas medo de dar mimos a mais e de pedir também. Os nossos filhos amam-nos acima de qualquer coisa e dão-nos forças para suportar tudo. É o melhor da vida." E era algo que eu andava a descurar (falha minha, pela qual me penalizo e muito) pois até a confusão rebentar eu já não andava bem e eles foram os mais prejudicados. O próximo fim-de-semana vai ser o primeiro a três em muito tempo, quero tirar o máximo partido possível disso. Vamos ver um concerto com a Orquestra Gulbenkian lá no CCB (eles adoram e eu também), se não chover iremos andar de bicicleta, há tpc's para fazer, temos filmes novos para ver, tudo com muito namoro a três, pelo meio, deste amor tão bom de filhos.
Pura verdade! E concordo com escrever “desgraça” e...
Sem dúvida que não é nenhuma tragédia, há coisas m...
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