Nada acontece por acaso

Gostava de ter mais paciência para os meus filhos, de não me exaltar tanto e tantas vezes. Verdade seja dita que os miúdos têm a capacidade de nos tirar do sério, mais vezes do que eu desejaria, mas afinal são crianças, é suposto porem-nos à prova sempre e quando podem. Claro está que os dias não são todos maus, mal era, e os miúdos quando querem são uns amores. Educar bem dá trabalho, muito trabalho. Lidar todos os dias com uma criança hiperactiva e outra com Sindrome de Crouzon, não é pêra doce. A mim como mãe resta-me saber lidar e gerir isso da melhor forma possível, não sendo muitas vezes a desejada. Às vezes invejo a mãe do Ruca, embora ache que naqueles desenhos animados tudo está exagerado, ninguém vive num mundo assim tão perfeito, bem sei.

A loucura dos dias em que vivemos, andamos sempre a mil, passamos demasiadas horas fechados dentro de um escritório, que nos roubam tempo útil para tudo e particularmente o tempo com as crianças e por consequência a paciência também.

Às vezes desejava ser uma stay at home mum, mas também não me imagino sem trabalhar. Bem sei que a estas mães trabalho não falta, que crianças e casa dão trabalho que se farta, mas é diferente. Gostava de ser dona e senhora do meu tempo, gerir os meus horários, poder ter mais disponibilidade para os miúdos, para a casa, para tudo, trabalhando em casa talvez, acho que se consegue, ou então trabalhando por conta própria, mas surge a grande questão: Fazer o quê? Ainda mais nesta época tão conturbada em que crise é palavra de ordem.

Resta-me conseguir levar cada dia da melhor forma. Uma coisa é certa, com muita ou pouca paciência, amo os meus filhos incondicionalmente, e estou lá para eles em toda e qualquer situação.