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Assinalou-se esta semana, dia quatro de Fevereiro para ser mais precisa, o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro. E quando não se quer lutar? Quando se tem um carcinoma epidermóide estadio III-a e não se quer lutar? É desesperante ter de lidar com alguém assim. O mais grave é que nem é bem o não querer lutar, é mesmo o "gostar" de estar doente. Toda a vida me lembro das imensas queixas de tudo e de nada e da imensidão de medicamentos que tomava, por iniciativa própria, à conta disso. Hipocondríaca que se prezava inventa doenças onde não existiam. Quando de facto ficava doente era o êxtase. Aquilo deixava-me possessa. Isso e o que ela chateava as pessoas à volta dela e depois mais tarde a mim, quando já tinha carro, para a levar ao hospital vezes sem fim. Ela fazia gosto naquilo.
Hoje que tem de facto um problema grave e sério, não tem o mínimo cuidado. Não segue as instruções do médico, faz a medicação que quer, a que o oncologista não lhe passa pede à médica do centro de saúde. Entrega-se ao estar doente, não se alimenta, não ingere as proteínas necessárias para poder enfrentar os tratamentos, enfim, tem sido uma palhaçada. Nos primeiros tempos consegui te-la na minha casa, fazia medicação atempada e correcta, comia (obrigada mas comia) tudo o que lhe fazia falta e em troca fartava-se de reclamar, tentava sempre enganar-me com os comprimidos, passava as noites em claro e depois dormia de dia, foi dose. Tanto andou, tanto fez, tantos problemas arranjou que acabou por se ir embora para casa dela. Agora claro é o descalabro. Tanta gente a necessitar dos recursos que ela desperdiça, fico chocada com tudo. Na passada semana foi de urgência para o hospital e lá ficou até ao dia seguinte para observação. Desidratada, mal alimentada, com dois pensos de morfina colocados em simultâneo fora os comprimidos que há-de ter tomado e não confessou. Era deprimente vê-la, sem dizer nada com sentido, sem entender nada do que lhe era dito, sem noção de espaço nem de tempo, sem se conseguir manter de pé, uma tristeza. Só reclamava, só se queria vir embora, eram todos estúpidos, dos médicos aos auxiliares. Quando a trouxe para casa estava outra, claro está. A meio desta semana estamos quase na mesma, nem sei o que fazer. Só se prejudica, e "gosta" destes filmes, adora fazer-se de vítima de desgraçadinha, toda a vida assim foi.
É frustante assistir a todo este processo e não poder fazer mais. Não admite que precisa de ajuda de foro psocológico até, para lidar com tudo, acredito que é dose. Não posso fazer mais porque ela não quer, mas para quem a ouve falar o discurso é o oposto. O que fazer quando não se quer lutar?
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