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... e não está fácil. Acabei de ver a rubrica "Vidas Suspensas" no Jornal da Noite da Sic. Que murro no estômago, que relato real e cruel. O meu coração disparou e mingou de tanto sofrimento ver. Caramba, como é que aquela mãe consegue? Somos de facto criaturas incríveis, capazes de lutar contra o mundo, principalmente no que toca aos filhos. Senti-me do tamanho de uma formiga comparando a minha realidade à daquela mãe e daquele filho. Mal comparando obviamente. Recordei tudo o que senti quando na ecografia das 20 semanas (ou 21, não consigo precisar) me disseram: "há aqui qualquer coisa, a bebé não está a desenvolver-se como deve. Há aqui umas alterações e um ligeiro atraso no crescimento intra uterino". Fiquei sem chão, quase morri, lembro-me daqueles segundos, minutos, horas, nem tenho noção do tempo, como se fossem à instantes. Já lá vão dezanove anos. Chorei como se  mundo estivesse perto do fim, ainda por cima fui sozinha fazer essa ecografia (sem comentários...). Primeira gravidez, primeiro filho, todo um novo mundo e o que eu desejava aquele bebé. Tudo o que passei depois daquele dia e até ao dia de hoje não é nada comparando com esta mãe coragem do programa de hoje. 

Respeito e profunda admiração é o que sinto por aquela mãe. Faz o impossível por aquele filho. Deixou de trabalhar, o casamento foi por água abaixo, e vive na expectativa de um veredicto que nunca mais chega. A cada dia tenho mais vergonha da justiça portuguesa e de quem manda neste País e permite que a dita justiça seja não mais que injustiça, neste e em tantos (quase todos) casos. Se não puderan ver, por favor vejam. Fica aqui o link. No final do programa o sorriso que aquele menino esboça é absolutamente comovente.

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publicado às 22:28


10 comentários

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De Anita a 23.10.2019 às 16:46

Também vi e não entendo a nossa justiça.
Duas vidas suspensas para sempre
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De nada acontece por acaso a 23.10.2019 às 17:13

É uma realidade terrível e de uma crueldade sem fim. De cortar o coração
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De Maria Araújo a 23.10.2019 às 20:21

Não vi, mas vou ver pelo link que forneceu.
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De nada acontece por acaso a 23.10.2019 às 22:27

Veja, é um programa brutal.
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De João Silva a 10.11.2019 às 09:28

Confesso que não estou a par da reportagem, mas, como pai à caminho de receber o seu rebento no próximo ano, acredito que tudo isso mexa. Ainda não é "real" porque não está aqui connosco, mas sinto que já é "meu" /"nosso". Nem quero pensar no que é receber a notícia que teve. Ainda nos falta um pouco para as 20 semanas, mas só queremos (quem não) o melhor para eles.

Parabéns pelo blogue.
Vou subscrever o seu espaço, não porque acredite em verdades absolutas na educação, não acredito que alguém tenha a "poção", mas porque considero que podemos aprender imenso com quem já vai mais à frente e se reergueu depois de algumas chapadas da vida. Além disso, quando a viagem é a primeira, há sempre um frissom pelo desconhecido 😁😁. Um bem haja e felicidades.
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De nada acontece por acaso a 11.11.2019 às 20:24

Muito obrigada pelo comentário, fiquei de coração cheio. É também por este motivo que escrevo neste cantinho. Longe de mim querer ser "guru" do que quer que seja, partilhar e trocar experiências sim acho muito importante. Todos temos a aprender com as nossas experiências e com as dos que lemos.
Muitos parabéns e as maiores felicidades nesta nova etapa da vida. A paternidade é um acontecimento marcante e importante nas nossas vidas.
Um beijinho.
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De Mamã Gansa a 10.11.2019 às 22:40

No parto da minha filha tive uma enfermeira um anjo que pôs toda a equipa a mexer para me fazerem o parto, pois a minha filha estava a sufocar e ninguém me fazia o parto. Dei entrada na sala de partos a dizerem-me que não sabiam se aquilo ia correr bem, graças a essa enfermeira a quem agradeci, mas acho que nunca agradeci o suficiente, a minha filha é uma jovem de 14 anos, inteligente, saudável e autónoma. O meu filho teve um parto maravilhoso com um médico maravilhoso, tem um síndrome raro síndrome de deleção 18p (tem dez genes apagados no braço curto do cromossoma 18) o que lhe provocou problemas auditivos e autismo. Tive o diagnóstico de autismo aos 3 anos dele depois de muitos médicos percorrer e o de genética este ano a 28 de Agosto. Mudei fraldas durante cinco anos e tive 4 anos sem ouvir o meu filho dizer a palavra mãe. Toda a minha perspetiva de vida mudou. Felizmente conseguimos unir a família. Vi a reportagem e só me lembrava em como fui abençoada com aquela enfermeira.
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De nada acontece por acaso a 11.11.2019 às 20:31

Bem hajam os anjos que se cruzam nas nossas vidas nessas alturas tão difíceis. Também tive uns quantos a quem as palavras nunca chegarão a fazer justiça da gratidão que lhes tenho.
Nunca ouvi falar desse síndrome, confesso. A minha filha tem síndrome de Crouzon, que também surdez severa profunda, que ultrapassamos com uma prótese rectroauricular à direita e um implante colear à esquerda. É uma menina fantástica e que consegue atingir objectivos com muito esforço e trabalho.
Desejo-lhe as maiores felicidades e aos seus filhotes. Eles são uns heróis :).
Um beijinho
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De Mamã Gansa a 12.11.2019 às 00:37

Eu também só ouvi falar dele no dia 28 de Agosto deste ano. No caso do meu filho a hipacusia severa é causada a nível dos tímpanos , o que chamam de surdez de transmissão causada por infecções. Por isso no caso dele o auricular ou o implante coclear não lhe resolviam o problema. Também nunca tinha ouvido falar do síndrome Crouzon confesso que fui pesquisar. Acredito que a sua menina seja fantástica, estas crianças trazem uma energia e uma alegria de viver que nos ensinam a olhar a vida de outra forma. Ela é certamente uma grande heroína também. Beijinhos para as duas.
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De nada acontece por acaso a 12.11.2019 às 08:53

Um grande beijinho para si e para os seus meninos também.

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