Nada acontece por acaso

Isto de trabalhar em Belém tem que se lhe diga no que a cerimónias diz respeito, diga-se. Ele são condicionamentos de trânsito e restrições de circulação por tudo e por nada, seja o aniversário da GNR, sim esse tormento pelo qual passo há dezasseis anos, sejam visitas de estado, sejam cerimónias protocolares, sejam distribuição de viaturas às forças de segurança ou militares, and so on, and so on... Sempre a roçar o despropósito, claro está. Amanhã não será excepção, pois por medidas de segurança no evento "Encontro com a Cultura", amanhã é dia de folga.

Não que seja de facto muito católica, que não sou, de todo, mas uma visita do Papa é sempre uma visita do Papa e é sem dúvida um acontecimento nacional, e eu tal como inúmeros colegas hoje tivémos vista previligiada no nosso jardim para a cerimónia em frente ao Mosteiro dos Jerónimos. Os snipers, esses coitados é que lá se viram em trabalhos extra de binóculos a controlar-nos e de arma a postos. Ah e tal, afinal aquele pessoal agora ali, apareceu de onde, hein???

Mas voltando à cerimónia, foi de um aparato imenso como seria de esperar, e lá vi o senhor vestido de branco no meu multidão, sim que a quantidade de figuras que lá estava era quase tão numerosa como o público. Vi, está visto, e pronto por mim está feito, no que a esta visita diz respeito. Ultrapassa-me a loucura que rodeia tudo isto, confesso.