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Hoje é o meu 65.º dia em casa. O último de um confinamento total. A partir de amanhã regresso aos poucos a uma suposta normalidade. Regresso ao trabalho, mas não em pleno. Irei amanhã fazer as oito horas de trabalho e depois o objectivo é irmos uns dias sim, outros não. Ninguém volta em pleno, pelo menos para já. Foi na sexta-feira que soube que iria regressar aos poucos. Primeiro pensamento foi, até que enfim. Segundo pensamento, será que é seguro? Estou num misto de sentimentos desde então. É verdade que a vida tem de normalizar, mas a que custo? Estaremos de facto prontos para voltar? Quero muito voltar à normalidade, mas neste momento, que normalidade é esta? Uns dias sim, outros não, uns dias a meio tempo, outros a tempo inteiro. Ainda por cima num gabinete de cinco pessoas só duas podem voltar. Entre acompanhar crianças em tele escola e doente de risco, é o que resta.
Então e o resumo deste isolamento? Muita obrigação e pouca devoção. Trabalhei como se no escritório estivesse, logo não me sobrou tempo para quase nada. Não cozinhei por aí além, não fiz pão, não li tudo o queria, nem vi todas as séries ou filmes que tenho por ver. Não arrumei a casa até já não saber mais o que fazer, nem fiz renovações ou mudanças. Não me cansei de estar em casa, nem nunca perdi a noção dos dias. A trabalhar dez a doze horas por dias não sobra tempo para muito mais. Se gosto de trabalhar em casa? Gosto e até bastante. Mas devo confessar que me fazem falta as pessoas, as conversas o contacto com os outros. E agora como irá ser? Acho que nada será como dantes. A pausa para o café ou a ida à máquina da água a pensar se estou afastada dos outros o suficiente, se os outros ou eu estaremos de facto bem de saúde. As refeições como irão ser? Partilhar um espaço fechado e relativamente pequeno com os outros é algo que não me apetece de todo. Para já ficarei no meu gabinete até durante a hora de almoço. Novas rotinas numa normalidade que de normal não tem nada. A ver vamos como irá correr. Para já a ansiedade está a ganhar.
Era suposto estar em Fátima hoje. Teria terminado ontem a peregrinação e hoje assistiria às cerimómias no Santuário. Quis o destino que assim não fosse. Estou de coração e com a mesma fé de que se lá estivesse. A fé não se explica sente-se. A peregrinação, essa, este ano está adiada para Outubro.
Há uma ano estava um mar de gente e um dia de verão, sol e calor, um consolo para a alma a juntar ao consolo da fé. Hoje está um dia feio e chuvoso, deve ser Nossa Senhora a lamentar não ter por lá os peregrinos.
Há um ano, na procissão das velas, Fátima estava assim:
Ontem a contrastar estava assim:
Mesmo assim não deixei de me comover com as imagens, com a procissão e com as palavras do Cardeal.
Não fosse o Covid-19 e a pandemia, hoje teria sido dia de pôr pés ao caminho pela terceira vez. Teria iniciado hoje a minha terceira peregrinação até Fátima. Tomei-lhe o gosto e estava ansiosa por mais esta peregrinação. Para já está adiada para Outubro, oxalá seja possível por essa altura. Que as nossas vidas já tenham retomado a normalidade possível num cenário pós pandemia.
Até lá e por estes dias há a sugestão do Santuário há a possibilidade de ser Peregrino pelo Coração. Gostei da sugestão.
Este fim-de-semana, enquanto fazia zapping na televisão vi que estava a dar o filme "Império do Sol", não consigo precisar em que canal (AXN Movies? Fox Movies? Qualquer coisa do género). Que filme do catano, gostei tanto de o ver como da primeira vez. Caramba quanto tempo passou. Lembrei-me de o ter ido ver com o meu avô (companheiro de todas as aventuras) ao Cinema Mundial (hoje já não existe). Na televisão, não tinha começado há muito tempo e andei para trás para rever. Chamei os meus filhos para verem comigo. Ainda bem que o fiz, eles gostaram e viram uma pequena amostra de uma realidade não muito longínqua e que faço questão que conheçam. Pode ser que parem de reclamar da pandemia e de estarem fechados em casa há quase dois meses. Pelo menos fizeram esse comentário, que a guerra foi sem dúvida muito pior. Concordo, venham de lá três ou quatro pandemias a termos de passar por uma guerra, sem dúvida.
Logo nas cenas iniciais do filme, comentei - o que será feito do miúdo que fez este filme? E fui espreitar no IMDb. Qual não foi o meu espanto ao perceber que não é nem mais nem menos do que o Christian Bale. Ando mesmo a leste, só pode. Não fazia mesmo ideia. Serei a única? Quiçá. Até parece que vivo numa caverna, credo. Claro que ao longo do filme fui identificando no miúdo Jim as feições e expressões do actor nos dias de hoje. E que bem cresceu o pequeno Jim, confesso que acho o Christian Bale um homem muito interessante. Nas últimas imagens que pesquisei no google precebi que a idade não lhe está a ser muito meiga, ainda assim... acho-lhe graça.
Foi um belo programa para a tarde de Domingo. Numa altura é que é tão difícil, quase impossível até, arranjar um programa que agrade a todos ao mesmo tempo. Mas sobre este tema farei um post em breve.
Quem o viu e quem o vê.
Assinalou-se hoje o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa. Ouvi a notícia logo de manhã e senti orgulho, confesso. A língua portuguesa é falada por mais de 260 milhões de pessoas em todo o mundo nos cinco continentes, ou seja, 3,7% da população mundial. Impressionante. É a 4ª língua mais falada no mundo. É a língua oficial dos nove países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) e Macau, bem como língua de trabalho ou oficial de um conjunto de organizações internacionais como a União Europeia, União Africana ou o Mercosul.
Adoro a língua portuguesa, acho-a poética e encantadora. Nenhuma língua me soa como a nossa. E até tem no vocabulário uma palavra que não tem tradução em nenhuma outra língua no mundo: Saudade. Palavra que adoro, e que tem uma força e sentimento imensos.
Compro algumas vezes literatura inglesa por ser muito mais barata que a portuguesa, mas gosto muito mais de ler em português e gosto muito de ler autores portugueses, sem dúvida. Gosto muito do João Tordo, o meu livro preferido dele é "As Três Vidas", e também de Afonso Cruz, de quem recomendo "Jesus Cristo Bebia Cerveja", é maravilhoso. E os clássicos? Tão bem e tão bom se escreveu em português. Eça e o seu "Os Maias" (um dos meus livros preferidos de todos os tempos), Camões e o seu "Os Lusíadas" (que todos abominaram na escola e eu gostei, li cada canto com encanto) ou Garrett e as suas "Viagens na Minha Terra" (por onde viajei e sonhei).
Imagem dgae.mec.pt
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