Nada acontece por acaso

Pelo menos para mim. Ontem fui até ao centro comercial, entre umas lembranças para comprar assim como roupa para o mais novo, enchi-me de coragem (não sou uma criatura propriamente fã de centros comerciais) e lá fui. Deparei-me já com as decorações de natal um pouco por todo lado, montras já a condizer e só me ocorria Natal, já!? Ainda está um calor tão bom, apetece passear, aproveitar o sol, apetece tudo menos Natal. Bem sei que faltam menos de dois meses, o calor é que é atípico para esta altura do ano. Mas é tão bom ainda puder vestir t-shirts e blusas frescas, calçar sabrinas e andar leve. Eu que sou movida a energia solar e adoro calor estou a adorar este "verono". Consigo pensar em tudo menos em Natal. Natal combina com frio lá fora, com ruas iluminadas, com dias curtos e tudo e tudo e tudo. 

Da ida ao centro comercial optei pelo Dolce Vita Tejo, pois sabia que o Colombo estava ao rubro com a inauguração da nova loja de que tanto se fala, e na minha inocência achei que estaria suportável. Bem me enganei, estava cheio de gente e andava tudo louco a fazer compras, muitas delas já de Natal. Eu comprei apenas as lembranças e fugi dali o mais depressa que pude. Com este tempo incrível lá fora é tanta gente ali fechada. Pena tenho eu que os miúdos já tenham tanto de estudar, estamos em plena época de testes intercalares, e não pudermos andar a laurear. 

Conforme disse aqui este ano não me apeteceu fazer nenhuma festa pelo meu aniversário, nem no trabalho (trabalho quase sempre no meu aniversário) nem com os amigos. Decisão que surpreendeu todos um bocadinho, até a mim. Foi o que me apeteceu e foi o que fiz. Festejei sim, mas com tranquilidade, só com os filhos e o marido no recato da nossa casinha. Era tudo o que precisava, conseguir dar atenção aos que mais se têm ressentido da minha falta de tempo, com tantas horas a trabalhar. A somar aos imensos dias de trabalho que se acumulavam naquela altura (agora está consideravelmente melhor), os miúdos regressavam das férias do pai nesse dia e quando cá estão, os fins-de-semana de quinze em quinze dias são lá também. 

Os amigos questionaram, estranharam mas depois entranharam. As minhas irmãs logisticamente estão longe e também não se importaram. Não foi uma decisão fácil nem consensual, senti alguma culpa por esta minha necessidade um bocadinho egoísta. 

Foi um aniversário diferente, mas tranquilo de que gostei bastante. O jantar foi sushi que adoro e fui buscar para jantarmos em casa, acompanhado de um bom vinho. A prendinha foi a pedido, uns ténis All Star lindos de morrer (foi preciso chegar aos 41 para me permitir o "luxo" de ter uns All Star). 

Os miúdos como era de prever vinham sequiosos de atenção, mimo e colo de mãe e foi muito bom poder dar-lhes isso mesmo sem ter de me dividir em atenções aos outros. Não houve conversas cruzadas nem sobrepostas nem gente a falar mais alto para se fazer ouvir. No fim foi um dia bom e isso é o que mais se pode ter para celebrar mais um ano.

Vi este vídeo no blog da Cocó e foi-me impossível ficar indiferente. Brutal a realidade dos nossos dias por esse mundo fora, sendo que a guerra na Síria e os refugiados me tocam de sobre maneira. 

#prayfortheworld